sexta-feira, 18 de março de 2011

O Cavalo Crioulo... (Parte I)

 O Cavalo Crioulo

            O cavalo crioulo da América Latina é o descente direto dos cavalos
            importados do Novo Mundo, desde Cristóvão Colombo, pelos
            conquistadores espanhóis durante o século XVI, mais particularmente
            por Don Pedro de Mendoza, fundador da Vila de Buenos Aires em 1535.
            Um grande número destes cavalos de guerra fugiu ou foram abandonados
            para se tornarem, rapidamente, em cavalos selvagens, num ambiente
            ideal para o seu desenvolvimento. São os cavalos espanhóis
            (particularmente os Andalusos), portugueses e árabes que
            transmitiram seu sangue e suas principais características
            morfológicas da raça crioula.
            Durante quatro séculos, a raça crioula se adaptara ao meio ambiente
            das grandes planícies sul americanas para sofrer uma severa seleção
            natural. Esta adaptação às condições de vida do meio ambiente,
            permitiu o desenvolvimento de sua grande qualidade, a resistência às
            enfermidades e a sobrevivência.
            No início os índios, mais tarde os gaúchos, fizeram do crioulo o seu
            meio de transporte, seu companheiro de caça ou de trabalho e seu
            camarada de lazer. Desde então, o crioulo passou a ser o cavalo do
            gaúcho para o seu trabalho e o seu sustento.
            Sua resistência fez o orgulho dos criadores que organizavam provas
            com distâncias de 750 quilometros, que tinham que ser percorridas em
            quatorze dias. Os cavalos eram pesadamente carregados (110 quilos
            para o ginete e sua sela) e tinham que alimentar-se unicamente com o
            pasto encontrado na região percorrida. O animal vencedor era aquele
            que terminava a prova sem ter sido parado pelos juízes ou
            veterinários, ter levemente emagrecido, porém ter permanecido fogoso
            como no dia da partida.
            No final do século XIX, a introdução de machos europeus ou da
            América do Norte degenerou a raça. Uma seleção rigorosa, feita por
            alguns criadores apaixonados, permitiu a reconstituição da raça que
            foi admitida no “stud-book” argentino, em 1918.
            Hoje, em quase todos os países da América do Sul, as raças descentes
            do crioulo são criadas e protegidas.

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